Em toda edição nós contamos aqui a história de um cooperado e as suas conquistas. Mas nesta edição pedimos licença para homenagear um profissional que por 40 anos prestou serviços aos produtores rurais e foi um grande parceiro da COOMAP: o engenheiro agrônomo do escritório da Emater em Paraguaçu, Carlos Magno de Mesquita, que acaba de se aposentar.

Carlos Magno de Mesquita nasceu no dia 19 de junho de 1956. Por coincidência, é exatamente a mesma data da abertura do escritório da Emater em Paraguaçu. E foi na Emater que Carlos Magno se realizou, dedicando-se a ela nas últimas quatro décadas. “A Emater foi uma companheira que me deu tudo. Me deu a família, me deu a educação dos meus filhos, me deu os amigos, os contatos importantes da minha vida. Foi uma grande escola. Eu reconheço isso todos os dias da minha vida. E quero que ela viva por muitos e muitos anos apoiando o homem do campo e o desenvolvimento rural do nosso Estado”, declarou ele.  Carlos Magno é casado com Beatriz Camisão Boueri Mesquita e  tem dois filhos: Lucas de 38 anos e Renan, de 35 e dois netos.

      A História

Era manhã do dia 22 de agosto de 1983 quando chegou a Paraguaçu o jovem agrônomo Carlos Magno, formado pela  Esal – Escola Superior de Agricultura de Lavras (hoje Universidade Federal de Lavras). Veio com a esposa Beatriz, que era funcionária da Caixa Econômica Federal. Na bagagem, Carlos trazia a primeira experiência de três anos em Pavão, na regional da Emater de Teófilo Otoni, no nordeste de Minas, onde começou a sua carreira.

Em Paraguaçu, naquele começo da década de 1980, os produtores viviam da cultura do milho, feijão e arroz, além da bovinocultura de leite e da cafeicultura. “Naquela época, a produtividade do milho era de 2 mil quilos por hectare. A adoção do plantio direto ainda estava no começo. E hoje a produtividade saltou para 7 mil quilos. Para isso, trouxemos o que tinha de melhor em tecnologia”, lembra Carlos. Um dos eventos importantes foi o “Milhor: O melhor do milho”, realizado durante alguns anos pela Fitovet e com o apoio da Emater.

Em relação ao café, Carlos Magno lembra que a produção ainda era muito amadora e o produtor não tinha essa visão de mercado que tem hoje. “A Emater teve uma participação importante em oferecer a tecnologia para a produção”, afirmou.  Em 2010, ele participou da primeira visita técnica ao Peru, pela Emater, para dar consultoria a produtores de café daquele país. A experiência internacional, de 10 dias, foi na área conhecida como VRAE – Vale dos Rios Apurímac e Ene, onde fica a nascente do Rio Amazonas.

Carlos Magno também participou da evolução do cultivo da batata em Paraguaçu. O município chegou a sediar, juntamente com Cambuquira, o II Encontro Nacional de Produção e Abastecimento de Batata em 1988, reunindo representantes de entidades e técnicos de várias partes do País. Um episódio não sai da sua cabeça: na organização do evento, Carlos Magno filmou, em VHS, a produção da batata e improvisou um circuito de televisores, daqueles antigos, no armazém da Fazenda Oriente, para exibir o material . “Depois da exibição, fomos ao campo ver a colheita da batata. Foi um sucesso, muito interessante e inesquecível!”, relembra.

Nesses últimos 40 anos, Carlos Magno e a equipe da Emater deram assistência a produtores das mais variadas culturas. Teve o alho, que destacou nacionalmente o município nos anos de 1960 e ainda era plantado no Chico dos Santos, no Macuco e em Fama, na década de 1980. Teve o projeto de proteção das micro-bacias, o cultivo do algodão no Chico dos Santos, os torneios leiteiros, a piscicultura na represa de furnas e o plantio de palmas nos terrenos ao fundo da Rua Ferreira Prado. E mais recentemente, a década passada foi marcada pelo marolo, cuja festa já está na 11ª edição e foi tombada como Patrimônio Imaterial do Município.

Várias das culturas agrícolas também ganharam uma coluna no jornal da cidade. E era o agrônomo Carlos Magno o autor. Durante alguns anos, ele fez questão de escrever o “Momento Agropecuário”, que permaneceu por alguns anos no jornal A Voz da Cidade.  “Hoje a gente chega no produtor e muitas vezes ele lembra dos aprendizados. E a gente teve essa participação boa. É muito gratificante”, resume ele.

Parcerias com a COOMAP

“A Emater e a COOMAP têm objetivos semelhantes, como o desenvolvimento do agronegócio e a melhoria da qualidade do homem do campo. Tive o prazer de acompanhar toda a época do maior desenvolvimento da COOMAP e hoje a gente observa esse período de pujança. Espero que daqui para frente ela venha a crescer ainda mais”, declarou Carlos Magno.

Dessa forma, ele lembra de vários projetos em que a Emater foi o braço direito da Cooperativa, como os dias de campo da cafeicultura. “A COOMAP promovia o dia de campo, colocava um gerador de energia no meio da lavoura e cada empresa participante tinha 20 minutos para falar aos produtores”, lembra o gerente de sustentabilidade da Cooperativa, Rogério Araújo Pereira. “A gente levava o data-show para as barracas que instalávamos no meio da lavoura, e assim percorríamos as comunidades”, lembra Carlos Magno.

O projeto da COOMAP de melhoria da qualidade da água dos cooperados também recebeu um apoio fundamental da Emater. Depois de fazer a análise microbiológica na água das propriedades rurais e de constatar que a grande maioria consumia água imprópria para o consumo, a COOMAP procurou a Emater para elaborar um projeto técnico. Houve dias de campo, demonstrações técnicas aos moradores, proteção de nascentes, plantio de árvores nativas e por fim a COOMAP instalou filtros de areia e também os cloradores nas residências rurais.

A COOMAP se sente orgulhosa de ter convivido, por 40 anos, com o Carlos Magno de Mesquita – um profissional dedicado e extremamente envolvido com a agricultura e as causas dos produtores rurais. E o parabeniza pelo excelente serviço prestado como engenheiro agrônomo da Emater – nossa grande parceira de trabalhos!

  • Reportagem publicada no Informativo COOMAP Notícias, edição 37. Veja a edição completa clicando aqui.

     

     

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