Nesta edição, o Informativo COOMAP NOTÍCIAS homenageia a produtora rural e ex-professora Maria Isabel Leite Prado, a Dona Isa, querida pelos amigos, ex-alunos e tantos outros conterrâneos que a admiram pela sua força, inteligência e disposição em fazer a diferença em nossa comunidade.
Maria Isabel Leite Prado, nasceu em 17 de agosto de 1943 em Paraguaçu, filha de Henrique Prado Filho e Ermelinda Leite, que eram agricultores no bairro rural Penereiro. Foi lá que ela morou até os 8 anos de idade, onde fez os primeiros estudos. A partir daí, a menina estudiosa foi para o colégio interno do Instituto São José das Irmãs da Providência de Paraguaçu, onde ficou até os 15 Anos.
Na adolescência, ela foi morar em Passa Quatro para continuar os estudos na mesma congregação, mas não se adaptou ao clima frio. Foi aí que os pais a levaram ao colégio interno de Alfenas, onde ela se formou em Magistério, em 1962. Era o início da carreira de professora, que duraria a vida toda.
Logo depois de formada, dona Isa foi aprovada no concurso estadual e passou a lecionar em escolas públicas da cidade. Ainda na juventude, conheceu o futuro marido, Moacyr Prado, nos bailes dos clubes da época. Um ano e oito meses depois eles, que eram primos distantes, se casaram. Foi uma união feliz, da qual nasceram os dois filhos, Adriana Prado e Eduardo Henrique Prado.
Os anos iam passando e dona Isa se desdobrava nas salas de aula, enquanto Moacyr era comerciante do ramo de combustíveis e produtor rural, nas terras que dona Isa tinha recebido do pai dela. Mas devido a problemas cardíacos, em 2003 Moacyr infelizmente veio a falecer.
Com os dois filhos já formados (Adriana em nutrição e Eduardo em odontologia) e já aposentada do magistério, dona Isa teve que assumir os negócios da família. Mas não seria tão fácil assim. “Eu sempre fui professora e não me interessava muito pela roça. E o começo da vida como produtora foi bem complicado, porque não havia nenhuma estrutura no sítio, que fazia parte da fazenda do meu pai, onde ficavam as benfeitorias necessárias”, lembra ela, que no começo teve a ajuda de um irmão. “Para colher o café e levar para a fazenda, por exemplo, tudo tinha que ser alugado”.
Em 2010, outro fato marcou a vida de Dona Isa: um furto de gado no sítio, de madrugada, que serviu de alerta. Depois disso, ela construiu uma sede e colocou caseiro fixo na propriedade, mais tarde construiu um barracão e adquiriu veículos e implementos. Em 2014 enfrentou uma seca forte, replantou uma lavoura que não produzia nada, construiu um terreiro e um secador.
Dona Isa faz questão de dizer que todo o aprendizado foi adquirido graças aos cursos, encontros de produtores e assistência dos técnicos da COOMAP. Ela se associou à Cooperativa em janeiro de 2004 e nunca deixou de aproveitar as oportunidades. “Eu devo muita obrigação pro pessoal técnico todo lá da Cooperativa, que sempre deu um apoio muito grande pra gente”.
Dona Isa participa, todo ano, das assembleias da COOMAP e já fez parte do Conselho Fiscal. “Acho muito ruim pertencer a uma entidade e não saber o que está acontecendo. Na Cooperativa eles fazem os balancetes e o que está previsto para o ano, e a gente passa a ter uma ideia de como está o crescimento”, diz ela. Crescimento, aliás, que ela sempre acompanhou, desde a sede antiga até a atual. “A gente nem acredita quando entra na Cooperativa, vê como está hoje e lembra de como era antigamente. É uma vitória muito grande!”.
A COOMAP agradece a Dona Isa pela parceria de tantos anos e por permitir que nós contássemos aqui a sua bela e inspiradora história. Muito obrigado!
Reportagem publicada no Informativo COOMAP Notícias nº36 (jan-fev 2021). Leia a edição em: Informativo 36