A adubação é uma prática comum entre os cafeicultores. Ela é a forma de fornecer nutrientes aos cafeeiros, quando estes não estão em níveis adequados no solo. Para que ela seja executada com eficiência, alguns passos devem ser seguidos para decidir qual o melhor adubo e a quantidade a ser utilizada: A primeira ação quando se pensa em adubação, é fazer a análise de solo para que se tenha a informação dos níveis de nutrientes no solo, que deve estar em equilíbrio; não deve haver falta nem excesso. Existem diversos outros fatores que também interferem na tomada de decisão, tais como: o espaçamento, a idade da lavoura, tipo de poda, a produtividade esperada, etc. De posse das informações, o técnico fará a recomendação da adubação que irá proporcionar o melhor retorno econômico ao cafeicultor.
O período de maior demanda nutricional dos cafeeiros vai de setembro a março, “época das águas”, quando há calor e umidade que favorecem o desenvolvimento das lavouras. São realizadas de um a quatro parcelamentos na adubação, de acordo com o produto utilizado, para manter os níveis adequados de nutrientes no solo.
Nem sempre as coisas ocorrem da forma que foi planejado: As lavouras não alcançam a produtividade esperada, seja por condições climáticas inadequadas ou por falha humana. E o cafeicultor precisa buscar formas para conseguir manter a atividade rentável.
Uma ferramenta de grande importância para conferir o equilíbrio nutricional da lavoura, e que os cafeicultores precisam dar maior atenção, é a análise de folhas. Pode ocorrer que a quantidade de adubo recomendado, de acordo com a análise de solo, não tenha sido suficiente, ou as plantas não tenham absorvido os nutrientes do solo como o esperado, ou ainda, a época de aplicação não tenha sido a mais adequada… A análise de folha permitirá ao cafeicultor fazer os ajustes necessários, caso seja constatado alguma deficiência nutricional na lavoura, e assim evitar perda na produção.
O correto é fazer a coleta das folhas para análise, trinta dias após a adubação no solo ou nas folias (adubação foliar) e enviar a amostra de folha a um laboratório. De posse do resultado, o técnico poderá definir se há necessidade de fazer alguma alteração nas recomendações.
O ideal é ser realizada uma análise por talhão, após cada adubação. Caso isso não seja possível, deve-se realizar pelo menos uma por ano, antes da última adubação. E se o cafeicultor adubou a lavoura em uma única aplicação, a análise deverá ser realizada em fevereiro, para que haja tempo de fazer os ajustes na recomendação, se necessário.
A retirada das amostras de folhas é uma operação relativamente simples:
- Dividir os talhões de forma uniforme quanto a idade, variedade, tipo de solo, adubação e demais tratos culturais;
- Pegar um ramo na altura do meio da planta;
- Contar da ponta do ramo para dentro da planta o 3º ou 4º nó;
- Retirar as duas folhas do nó, daquele lado da planta e repetir do mesmo jeito do outro lado;
- Retirar 4 folhas por planta, sendo 2 de cada lado;
- Coletar as folhas em 25 pontos no mesmo talhão, formando uma amostra;
- Colocar as folhas em saquinho de papel;
- Identificar o saquinho com a amostra;
- Encaminhar a amostra para a COOMAP ou um laboratório de sua confiança. Caso não seja possível encaminhar no mesmo dia, a amostra deve ser guardada na geladeira, na parte de baixo para não congelar.
Para maiores informações procure o Departamento Técnico da COOMAP.
Por Rogério Araújo Pereira